wish upon a star....

sábado, novembro 25, 2006

Lembro-me de ti


"Lembro-me de ti
Inventei-te quando adormecia p'ra me aconchegar
Vesti-te de mar quando não dormia para me embalar
Armei-te com riso p'ra me proteger
Desenhei-te asas p'ra não cair
Tornei-te invisível p'ra ninguém te ver
Contei-te segredos p'ra me seduzir

Lembro-me de ti
Cresci na certeza da tua ilusão para acreditar
Segui os caminhos de glamour e gana para te encontrar
Dei-te 7 vidas para não morrer
Perdoei-te a culpa para não sentir
Tornei-te passado para te esquecer
Dei-te mil razões p'ra não te pedir

Lembro-me de ti

Mas tu enganaste os códigos do mundo
Chegaste sereno, disposto a ficar
Brincaste traquinas queimaste a razão
Insuflaste vida na minha invenção
Calaste o meu medo no teu doce olhar

Pediste o desejo de ser desejado
Cortaste o amargo desta solidão
E eu, inventora rendi-me à certeza
Deixei-me guiar pela subtileza
P'ra ser sem mentiras a tua invenção

Lembro-me de ti
Dancei entretida a tua canção para acreditar
Salpiquei-te de água e tentação para poder chorar
Ensinei-te o jogo para não perder
Pintei-te surpresas para conseguir
Dei-te liberdade p'ra poder escolher
Dei-me paciência p'ra não desistir

Lembro-me tão bem de ti
Passou tanto tempo desde aquele sonho onde te inventei
Julguei-me curada da terna paixão que em mim cativei
Pensei-te esquecido da tua missão
Tornei-te quimera para enloquecer
Doeu-me a saudade da tua invenção
Zanguei-me contigo só p'ra não perder

Lembro-me de ti
Mas tu enganaste os códigos do mundo
Chegaste sereno, disposto a ficar
Brincaste traquinas queimaste a razão
Insuflaste vida na minha invenção
Calaste o meu medo no teu doce olhar

Pediste o desejo de ser desejado
Cortaste o amargo desta solidão
E eu, inventora rendi-me à certeza
Deixei-me guiar pela subtileza
P'ra ser sem mentiras a tua invenção

E eu, inventora rendi-me à certeza
Deixei-te encontrar-me na subtileza
Tu que me inventaste na tua ilusão

Lembro-me de ti..."

[Maria de Vasconcelos - tu que me inventaste]