wish upon a star....

terça-feira, fevereiro 28, 2006

desabafo

estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e comodistas como os de hoje.Incapazes de um gesto largo, de correr o risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? já ninguem aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza,o medo,o desequilibrio, o custo,o amor, a doença que é um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo? o amor é uma coisa a vida é outra.O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alivio, o repouso, o intervalo,a pancadinha nas costas, a pausa que refresca,o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho" sentimental. Odeio esta mania comtemporânea por sopas e descanso.
Miguel Esteves Cardoso

domingo, fevereiro 26, 2006

há tanto tempo

há tanto tempo que não escrevo uma carta, há tanto tempo que não troco uma ideia,que não partilho uma música, há tanto tempo,...
há tanto tempo que não ficava a ouvir a chuva lá fora,que não existia aquela preguiça,vontade de ficar na cama e sentir o cheirinho das torradas acabadas de fazer,...
há tanto tempo que não acordo com as conversas na sala, há tanto tempo que a lareira não se acende, há tanto tempo que não conversamos,...

"manda-me uma carta em correio azul
p'ra afastar estas cinco nuvens negras
do saber viver
repõe-me o sentido nos sentidos
olfactos
ouvidos
à vista
de tactos
do teu paladar"
Sérgio Godinho

sábado, fevereiro 11, 2006

onde sabe bem estar...

Quando era criança imaginava as bibliotecas como edifícios altos, antigos, com prateleiras até ao tecto repletas de livros velhos, antigos, empoeirados. Um sitio onde pessoas muito inteligentes, que usavam óculos na ponta do nariz, longas barbas brancas, que sabiam tudo sobre tudo o que há para saber no mundo, passavam seus dias.
Normalmente evitava lá entrar, o silêncio exigido sempre me perturbara. Gostava de comentar, sussurrar ao ouvido deste e daquele, um ou outro excerto que despertava a minha atenção.
Por ventura hoje já não é bem assim. Muitas transformaram-se em espaços onde sabe muito bem estar. Sabe bem entrar e ver os vidros cobertos por poemas, sabe bem sentar e ouvir ao longe o burburinho da "Hora do conto", sabe bem ver as crianças correrem para as estantes dos seus livros preferidos, sabem bem escutar os "bons dias" de quem entra com um enorme sorriso no rosto, sabem bem pensar que as bibliotecas estão, cada vez mais, a ir ao encontro das pessoas.
"-Quantos livros já leste avó? estes todos?
- Todos não! São muitos!
- Um dia vou conseguir lê-los a todos, até mesmo aqueles grandes e sem desenhos"
Enternece-me saber que nem todos os meninos são bombardeados por grande parte da informação transmitida pela tv, que em muito limita o seu desenvolvimento. É bom saber que ainda há meninos que viajam para longe sempre que desfolham um livro e sonham com príncipes e princesas.
Da agradável tarde que passei na Biblioteca a ouvir o contador de histórias fica, entre muitas coisas, um poema

"Na hora de pôr a mesa éramos cinco:
o meu pai, a minha mãe, as minhas irmãs
e eu. Depois, a minha irmã mais velha
casou-se. Depois, a minha irmã mais nova
casou-se. Depois, o meu pai morreu. Hoje,
na hora de pôr a mesa somos cinco,
menos a minha irmã mais velha que está
na casa dela, menos a minha irmã mais
nova que está na casa dela, menos o meu
pai, menos a minha mãe viúva. Cada um
deles é um lugar vazio nesta mesa onde
como sozinho. Mas irão estar sempre aqui.
Na hora de pôr a mesa seremos sempre cinco.
Enquanto um de nós estiver vivo, seremos
sempre cinco."

José Luís Peixoto, A criança em ruínas
Biblioteca Municipal António Ramos Rosa


quinta-feira, fevereiro 02, 2006

porque



pk és linda
pk és a minha maior e melhor companhia nos dias k tenho k ficar a fazer trabalhos
pk depoix do passarinho, patos, tartarugas, peixinhos (bigada david =)) apareceste tu
pk o receio de te perder quase me fez chorar
pk sei k tas doentinha
pk te tornaste o centro das atenções d tds nós
pk és uma mimada
pk me aqueces os pés
pk és a gata mais cibernauta k conheço
pk n podes ver ninguem ao comp k corres lg pa lá
pk vais ser a mais nova aquisição do santaluziense
pk n consigo ficar muito tmp longe de ti
pk és uma friorenta (cm a mana =D )
pk és a mais inteligente
pk gostas de dar beijinhos à xinês
pk gostas de ouvir musica e ouvir-me ler
pk ainda n aprendeste a fechar a porta

e por muitas outras razões keu n posso dizer senão os outros gatos vão ficar mortos de inveja =D