wish upon a star....

sábado, março 25, 2006

"este rio tem um segredo e esse segredo é ser só meu."


Há dias assim...acordamos a sorrir,cantamos sem motivo aparente,estamos com quem gostamos, partilhamos momentos, ouvimos coisas bonitas,...
É bom sabermos que há pessoas que gostam de nós, que estão sempre lá.
Da tarde a ouvir o "Veloso" duas coisas a partilhar (porque o resto não se partilha,guarda-se naquele cantinho), os cenários que ficaram lindos (bigada pela paciência com as tagarelas, Filipa) e "O segredo do Rio" que eu prometo que vou ler e contar aos meus meninos (bigada a quem mo emprestou=))
ah, e a tinta vermelha que alguém (não faço a mínima quem foi)se lembrou de lhe dar um pontapé daqueles e pintar pc,paredes,livros,enfim...

quinta-feira, março 23, 2006

há dias assim

Uma nêspera
estava na cama
deitada

muito calada
a ver o que acontecia,


chegou a velha
e disse
olha uma nêspera

e zás comeu-a


é o que acontece

às nêsperas

que ficam deitadas

caladas

a esperar
o que acontece
Mário Leiria in Novos contos do Gin


Porque há dias assim...


sábado, março 18, 2006

as intermitências da morte

Companheiro nas viagens de comboio até à Ualg, vai poder descansar a partir de hoje nas estantes cá de casa(até que alguém decida pegar-lhe novamente)o último livro de Saramago.É verdade que é um tipo de escrita demasiado característico, mas a sua riqueza e facilidade com que nos envolve nas estórias é algo magnifico.
"No dia seguinte ninguém morreu", assim começa este grande romance onde a morte, farta de ser odiada por todos, decide meter férias na sua função primordial. E, o que começa por ser motivo de grande alegria acaba por se tornar numa tragédia ainda maior. Desde as agencias funerárias que para evitarem a falência tornam obrigatórios os enterros de animais domésticos, aos lares de terceira idade e hospitais sobrelotados, a famílias que recorrem a meios obscuros para os seus entes podem morrer no país vizinho,...Enfim, uma viagem pelas "intermitências da morte" que nos coloca um conjunto de dilemas morais.
Não querendo quebrar toda a magia e ficção que o envolve fica apenas um pensamento do autor, "o ser humano alimentou sempre a esperança de conseguir a imortalidade, mas sem a Morte a Vida seria um caos"

terça-feira, março 14, 2006

Alone

Todos nós já nos sentimos sós nem que fosse por uma só vez. sentimos falta do carinho, do toque, do aconchego ou, simplesmente, da palavra amiga.
sentimos vontade de abraçar alguém que não estava lá, sentimos que tal como há momentos que devem ser vividos na solidão existem outros tantos que foram feitos para partilhar, sentimos que a solidão também dói.
Assim aprendemos a tirar partido de todos os momentos da nossa vida, a crescer quando ainda não nos sentíamos preparados; a escolher, quando a escolha era o único remédio, e a viver porque, afinal de contas, a vida é para ser vivida.
Ficávamos muitas vezes em silêncio a ouvir as ondas rebentar lá longe, sonhámos muito, vivemos pouco...